A banda australiana reestrutura sua turnê intercontinental para 2022, mas não deixa os fãs se sentirem no abandono.
Devido à pandemia da covid-19, desde 2020 o Parkway Drive vem trabalhando em um novo álbum. “A ideia [inicial] era gravá-lo bem depois”, declarou o vocalista do grupo, Winston McCall. “Se os shows continuarem a ser remarcados, vamos simplesmente arrumar um tempo para começar a compor coisas novas agora”, ele disse ao apresentador Neil Griffiths quando ainda comandava o podcast The Green Room. “Queremos muito ter um tempo suficiente para a gente ao ponto de não haver algo que a gente não mexeu, coisas que a gente não explorou. Para que não haja: ‘Fico me perguntando o que poderia ter acontecido se a gente tivesse três dias a mais’, porque você ficaria chocado em saber quantas vezes isso aconteceu com cada uma dessas coisas”, ele completou.
O trabalho futuro vai ser o sétimo álbum de estúdio de uma carreira já consolidada na cena mundial do metalcore. Ele sucederá Reverence, lançado em 2018 pela Resist Records na Austrália e pela Epitaph Records no resto do mundo – um disco que que trata de religião e morte, mas com um vocal mais limpo e com um som tendendo mais para o heavy metal tradicional. “The Void” e “Prey”, respectivamente o segundo e o terceiro singles extraídos de Reverence, confirmam.
“Já começamos a trabalhar em riffs, trechos de faixas e alguns conceitos”, McCall adiantou e ainda disse que “Ire [álbum anterior, lançado em 2015] foi bem mais difícil de compor do que Reverence. O seguinte pode ser a coisa mais difícil que enfrentaremos, ou também pode ser facílimo. Simplesmente não sabemos ainda”. Ire representou uma certa guinada no som do Parkway Drive, com músicas com referências no heavy metal da década de 1980 e que livravam o grupo das limitações do metalcore. “Vice Grip”, primeiro single do álbum, lançado dois meses antes, é um bom exemplo dessa mudança.
O Parkway Drive foi formado em 2003, em Byron Bay, cidadezinha praiana na ponta nordeste de New South Wales, no oeste do país. Desde então quase não teve mudanças em sua formação. Além de Winston McCall, hoje a banda conta com outros membros fundadores: os guitarristas Luke Kilpatrick e Jeff Ling, e o baterista Ben Gordon. O baixo trocou de mãos algumas vezes. Brett Vertsteeg, baixista original, saiu em 2004. Foi substituído por Shaun Cash, que durou na posição até 2006. De lá até hoje, quem cuida das quatro cordas graves é Jia O’Connor.
Em Parkway Drive: The DVD, primeiro documentário do grupo, lançado em 2009 pela empreitada conjunta da Resist com a Epitaph, fica claro que na época em que começaram havia pouquíssimos lugares para bandas de estilos relacionados ao punk rock e ao hardcore punk. Mais para apresentações, mas até mesmo para ensaios. “A Parkway House foi uma espécie de oásis para nós e nossos amigos”, o pessoal da banda comenta no vídeo. Parkway Drive, o nome da rua onde ficava a Parkway House, espaço de ensaios e de alguns shows, virou o nome do grupo, que saiu em sua primeira turnê australiana no mesmo ano.
No ano seguinte, saiu o trabalho de estreia, o EP Don’t Close Your Eyes, pelo selo Resist. Ainda em 2004, o Parway Drive passou a abrir show de bandas maiores, como Hatebreed e Alexisonfire. Em 2005, o grupo voou para os EUA e gravou o primeiro álbum, Killing with a Smile, com ninguém menos do que Adam Dutkiewicz, guitarrista do Killswitch Engage, na produção. O contrato com a Epitaph veio pouco tempo depois, em 2006.
O Parkway Drive novamente entrou em estúdio com Dutkiewicz e saiu de lá com Horizons, o segundo álbum, lançado em 2007. Todos os álbuns seguintes passaram a render prêmios ao grupo. Em anos distintos, Deep Blue, que saiu em 2010, e Atlas, de 2012, entraram no Australian Independent Records Awards, mais conhecido como AIR Awards (a maior premiação do mercado independente no país) na categoria Melhor Álbum de Hard Rock ou Punk. Atlas levou o prêmio. Já Deep Blue ganhou na categoria de Melhor Álbum de Hard Rock ou Heavy Metal em uma premiação maior, a Australian Recording Industry Association, ou ARIA Music Awards (o Grammy australiano). Ire e Reverence não foram menos laureados.
A história do Parkway Drive não é contada apenas em um DVD. Em 2012 saiu Home Is for the Heartless, um diário de bordo gravado em 42 países diferentes, e no ano passado foi a vez de Viva the Underdogs, um documentário que traça toda a jornada da banda e ainda traz grandes momentos como headliner do gigante festival Wacken Open Air em 2019. Assistir os documentários em sequência é a melhor coisa a se fazer antes da vinda de mais metalcore dessa grande banda.
Texto: José Julio do Espirito Santo
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