Um dos nomes mais inventivos do post-hardcore lança novo EP e mantém o frescor de sua sonoridade.

Vinicius Castro

Desde que “Reather Be Dead”, do disco Songs to Fan the Flames Discontent, explodiu nossos ouvidos na segunda metade da década de 90, o Refused vêm lançando discos incríveis, entre eles, The Shape of Punk to Come, onde a banda de fato estabeleceu sua identidade.

Algumas décadas depois, mais precisamente em 2019, a banda soltou War Music (2019), e como de costume, no ano seguinte lançaram o EP The Malignant Fire, que traz uma sonoridade, digamos, não tão desconcertantemente linda como em The Shape…. E isso não é algo ruim, porque é nesse “olhar pra frente” que o Refused, gostem ou não do resultado, segue como uma força que gravita em sua própria sonoridade, porém sempre procura apontar para algo diferente.

O resultado dessa procura está em faixas como “Malfire”, que abre o EP, e “Born On The Outs”, que na verdade é uma versão de “Greyhound”, do Swedish House Mafia, originalmente uma música instrumental, mas que aqui ganha uma letra a lá Refused e o resultado é bem interessante.

Nos timbres, composições, melodias ou escrita, a banda sobrevive à maldição que persegue os mais inventivos nomes da música que, em algum ponto da história lançaram discos renovadores, mas com o tempo passaram a ser reféns de sua própria inventividade.

Ponto para o Refused, que parece se preocupar mais em dar um passo adiante do que proteger bravamente um legado confortável.