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Circle Jerks celebram o álbum de estreia

A histórica banda californiana não desiste da turnê de comemoração de 40 anos de lançamento de seu primeiro álbum e mantém todos os shows programados pelos Estados Unidos.

Group Sex, trabalho que ajudou a dar cara a um estilo e se transformou em uma espécie de guia de boas práticas do hardcore punk, saiu em 1º de outubro de 1980. Quase quatro décadas depois, em 22 de novembro de 2019, era anunciada uma série de shows comemorativos a partir de maio de 2020, culminando com uma apresentação no Punk Rock Bowling and Music Festival, que acontece anualmente em Las Vegas. A pandemia da covid-19 fez com que as apresentações fossem adiadas sucessivamente.

Ficou para 2022 a participação dos Circle Jerks em vários festivais europeus, mas a grade norte-americana de shows ainda está de pé para este ano. Eles rodam o país e sobem ao palco 36 vezes (outras datas do ano que vem vão incrementar a lista). As bandas Municipal Waste, Adolescents e Negative Approach fazem os shows de abertura em diferentes datas.

O esforço para não deixar o 40º aniversário de lançamento de Group Sex passar em branco vale a pena. Originalmente lançado pela Frontier Records, o álbum traz catorze faixas em 15 minutos de gravação. A mais longa do disco é “Back against the Wall”, com 1 minuto e meio. “Deny Everything”, que abre o álbum, diz tudo em 25 segundos. Energético, cru e sarcástico, Group Sex leva a cartilha punk a um outro nível. Com um título que brinca e complementa a gíria de onde a banda tirou o próprio nome, o álbum foi gravado com a formação original dos Circle Jerks: Keith Morris nos vocais, Greg Hetson na guitarra, Roger Rogerson no baixo e Lucky Leher na bateria.

Várias faixas do trabalho foram compostas por Morris quando ele ainda era integrante do Black FlagGroup Sex virou um clássico instantâneo do hardcore punk e até chegou a ser listado no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die (publicado no Brasil como 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer e que volta e meia ganha reedições). Em 30 de outubro passado a Trust Records lançou uma edição comemorativa de 40 anos com cinco faixas-bônus gravadas em ensaios dos Circle Jerks em 1980.

Em comparação com as bandas que são parte da mesma cena, a discografia dos Circles Jerks é mínima. São seis álbuns de estúdio e outros três ao vivo lançados oficialmente desde que a banda se formou, em 1979, em Hermosa Beach, cidade praieira no condado de Los Angeles.

Uma das razões dos poucos lançamentos foram as várias interrupções na carreira do grupo. No entanto, qualidade fala bem mais alto do que quantidade. Não fosse assim, os Circle Jerks não teriam uma legião de fãs até hoje. Entre eles, as bandas Pennywise, The Offspring e Dropkick Murphys, e também Flea, o pertinaz baixista dos Red Hot Chili Peppers.

Além de dois fundadores do grupo, Morris e Hetson, os outros Circle Jerks atuais são o baixista Zander Schloss, que já havia tocado no grupo em quatro outros períodos no passado, e Joey Castillo, mais conhecido por ter feito parte do grupo Queens of the Stone Age de 2002 a 2012.

Se a variante delta permitir, é esse lineup que vai fazer essa tão esperada grande excursão. Hardcore de primeira vem por aí.

Texto: José Julio do Espirito Santo
Foto: Atiba Jefferson

No Brasil, o Merchandise Oficial e Licenciado dos Circle Jerks está disponível com exclusividade pela www.HSmerch.com